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APARAS DE ESCRITA: ADEUS PETER BENENSON

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quarta-feira, março 16, 2005

ADEUS PETER BENENSON

Por vezes é assim: ficamos a saber que uma pessoa existiu apenas quando ela morre.
Aconteceu-me isso com Peter Benenson, o generoso fundador da Amnistia Internacional, mas nem por isso o meu respeito e a minha gratidão são menores.
Em 25 de Fevereiro passado, o mundo ficou mais pobre: Peter Benenson, com 83 anos, após uma semana de coma no culminar de doença prolongada, faleceu no hospital John Radcliffe de Oxford, sul de Londres.
O evento em Portugal teve quase nenhuma repercussão - pouco mais do que uma peça no SIC-Notícias, um canal por cabo - ao contrário do que aconteceu noutros países; no entanto, Portugal foi o cenário que desencadeou a acção que levou à criação da AI.
Estávamos em 1961. Em vários jornais estrangeiros surgiu a notícia de que dois estudantes portugueses haviam sido condenados a sete anos de prisão por terem brindado à liberdade num café de Lisboa. De Londres, o advogado britânico, então com 40 anos, escreve uma carta de protesto às autoridades portuguesas. Com este gesto, Benenson assumiu perante si próprio, a sua família e o mundo o destino escolhido para o resto da sua vida. Em 28 de Maio desse ano, no jornal dominical britânico "Observer", são publicados, num artigo de capa, as bases da constituição da AI.
Desde o auxílio que prestou aos órfãos da Guerra Civil de Espanha (1936-1939), passando pelo apoio a judeus fugidos do nazismo para o Reino Unido, até aos nossos dias, Benenson envolveu-se em diversas actividades de solidariedade para com os injustiçados, sendo a Amnistia Internacional a sua obra máxima para trabalhar neste campo.
Quando a Organização completou 25 anos, Benenson acendeu uma vela envolta em arame farpado, e, deste modo, criou, provavelmente sem querer, o seu logotipo.
A comunidade mundial reconheceu o valor do trabalho realizado pela AI, atribuindo-lhe, respectivamente, em 1977 o Prémio Nobel, e em 1978 o Prémio dos Direitos Humanos da ONU.
Pode dizer-se, sem apelar a lugares comuns, que Peter Benenson faleceu mas não morreu. Ele perdura na memória afectiva de sua mulher e de suas duas filhas; ele perdura na memória grata de todos aqueles que defendeu, mesmo sem sucesso; ele perdura na memória respeitosa de todos aqueles que, directa ou indirectamente, o conheceram, mesmo já tarde, como eu; e perdura, de modo muito especial, na acção empenhada dos cerca de 1,8 milhões de activistas que, integrados na maior organização independente de direitos humanos, procuram fazer deste mundo um mundo melhor.
A secção portuguesa da Amnistia Internacional diz que realizará "um evento de tributo". Por todos os motivos, deve-lhe isso com eco nacional. Mas, como até agora não se sabe quando, nem onde, nem como, oxalá não se fique pelas intenções.

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