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APARAS DE ESCRITA: O MAIS RECENTE FANTASMA DE GEORGE BIN BUSH

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quinta-feira, janeiro 04, 2007

O MAIS RECENTE FANTASMA DE GEORGE BIN BUSH


A insistência cega, talvez por isso mesmo sem sucesso, do presidente dos EUA, George W. Bush, em impor ao povo do Iraque, ainda mais com recurso a meios violentos, uma "democracia" que interessa acima de tudo ao próprio Bush, um atentado, portanto, às normas do Direito Internacional e às instituições democráticas, teve como resultado no fim do ano de 2006 o estouro de uma bomba de efeitos mais amplos e duradouros e mais imprevisivelmente destrutivos do que todos os carros-bomba e homens-bomba que já explodiram no país.
Falo do assassínio político de Saddam Hussein, da responsabilidade, directa ou indirecta, tanto faz, de George W. Bush.
Porque esta afirmação forte de "assassínio político"?
Por um lado, o "julgamento" decorreu num tribunal fantoche manobrado pelos EUA.
Ao mesmo tempo, a dita "comunidade internacional", que sabia disso, Vaticano incluído, cobardemente aceitou esse "julgamento", quando teve alguns meses para exigir com firmeza ? e não o fez ? que Saddam fosse julgado pelo Tribunal Internacional de Haia, ou por outro qualquer constituído ad hoc, como o do julgamento dos crimes dos nazis durante a Segunda Guerra. Teria sido mais pedagógico, mais limpo e, por certo, mais justo.
Em terceiro lugar, o juiz que iniciou o processo foi substituído por outro (um curdo) preferido para os resultados pretendidos pela Casa Branca.
Finalmente, nesse "julgamento" desapareceram 7 advogados de defesa, 4 dos quais assassinados.
Nestas condições e com a pressa que os EUA exigiram, a sentença de morte por enforcamento aplicada a Saddam, com todo o vexame que um enforcamento representa para um Árabe, traduz, em vez de um acto de justiça, o reflexo da frustração política e militar de Bush: a sua incapacidade prática de mais de 5 anos para capturar Osama bin Laden (de quem deixou de falar a partir do momento em que apanhou de borla Saddam Hussein); a sua impossibilidade táctica de atacar e reduzir a cinzas, como gostaria, a Síria e o Irão; o seu medo de enfrentar a Coreia do Norte e a sua vergonha de assumir isso perante o mundo; o constrangimento de ter de sair, expulso, do Iraque, sem ter conseguido os objectivos, aliás, mal clarificados perante as populações americana e iraquiana, deixando um país em ruínas com grande parte do seu património arquitectónico e artístico destruído, e mais de 3 mil militares americanos mortos, convencidos, enquanto vivos, das suas falsas verdades, para além de um molho de outras mentiras para justificar a invasão do Iraque, um país soberano com assento na ONU, invasão não autorizada e condenada pela ONU.
Perante todos estes malogros, vomitou a sua fúria incontida sobre um criminoso chamado Saddam, senhor de dezenas de palácios que Bush gostaria de possuir, apanhado por acaso num buraco, sujo de medo, abandonado pelos seus, acusado de possuir armas terríveis de que ele próprio não conhecia a existência porque, de facto, não existiam.
Por tudo isto, Bush transformou Saddam no seu bode expiatório preferencial.
Para além das questões humanísticas, éticas e morais, e religiosas também, que não são, por agora, para aqui chamadas, o bom senso político aconselharia apelar para a vertente "oportunidade".
É que Saddam seria mais útil vivo do que morto. Morto torna-se um mártir, com todas as consequências de retaliação por parte dos seus seguidores e defensores. Preso mas vivo serviria de exemplo de justiça.
George W. Bush prometeu, não se sabe como, nem quando, nem a quem a cabeça de Saddam.
"Como" talvez tenha sido decisão política entre quatro doses de um duplo com gelo.
"Quando" foi promessa que terá garantido aos seus apoiantes para antes do fim do ano; de preferência antes das eleições legislativas onde pretendia com isso melhores resultados do que os obtidos; não conseguiu, e alguém deverá estar na lista de espera para o despedimento.
A "quem" é o mais interessante do ponto de vista de charada, tanto mais que:
- os Curdos, grandes vítimas de Saddam, ficaram irritados e protestaram contra a sentença do tribunal, porque pretendiam um julgamento mais prolongado que contemplasse os actos de Saddam de que se queixavam como genocídio;
- os Sunitas, seita religiosa a que Saddam pertencia, preparam actos de vingança que, pelo já demonstrado no dia-a-dia, serão banhos de sangue;
- Vaticano, União Europeia e outros países europeus e América do Sul condenaram a sentença, apesar de toda a carga de hipocrisia que é preciso reconhecer nos respectivos discursos e actos;
- os únicos a aplaudir foram os radicais Xiitas, uma horda sem força política, porque sem respeitabilidade, sem preparação, sem autoridade moral e sem vocação para organizar um governo representativo de integração num Iraque unido e democrático, excluída a intervenção dos EUA.
Então, neste cenário, a cabeça de Saddam Hussein só poderá ter sido prometida e oferecida por George W. Bush a si próprio, à sua vaidade pessoal, já que mais ninguém a reclamou, e nem sequer pretendia.
A cabeça de Saddam Hussein ficou acima dos que o insultaram no acto da execução.
A cabeça de Saddam Hussein ficou acima dos que filmaram a sua execução por trinta dinheiros, e dos que aceitaram o filme para vender por trinta milhões de dinheiros como se de uma banalidade de entretenimento diário se tratasse.
A cabeça de Saddam Hussein já deve ser um fantasma permanente e operante a vaguear por entre as nebulosas etílicas de Bush que nada percebe do que está a passar-se no seu estreito mundo.

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