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APARAS DE ESCRITA: O VIZINHO INDESEJÁVEL

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sexta-feira, agosto 25, 2006

O VIZINHO INDESEJÁVEL


Por muita simpatia que alguém tenha pelo Estado de Israel, naquilo que ele possa representar como país, como povo, como religião, como filosofia, como poderio militar, como prática política interna e externa, não será difícil reconhecer, desde que se esteja de boa-fé, a barbárie e o genocídio que os israelitas levaram a cabo no Líbano.

A pretexto de resgatar dois soldados israelitas (que, mais tarde, anunciaram ser apenas um), pretensamente capturados numa rixa com o Hezbollah, rixa que os israelitas provocam desde há muito com as suas invasões e ocupações das áreas vizinhas, rixas que os israelitas provocam desde há muito para daí colher benefícios para a sua política interna e externa, bombardearam indiscriminadamente tudo o que estava ao seu alcance de fogo, sem qualquer estratégia militar que não fosse destruir bens e pessoas, e, com isso, fazer reinar o medo.
Assim fizeram quase duas mil vítimas, entre elas muitas dezenas de velhos, mulheres e crianças, todos civis, todos indefesos, todos inocentes.
Isto não configura uma acção militar. Enquadra-se, sim, numa acção terrorista.
A fraca justificação dos soldados capturados revelou-se uma mentira. Israel deixou de falar neles - ou porque não tinham qualquer interesse do ponto de vista humano, ou porque nunca existiram - e continuou a flagelar as populações libanesas.
Um pretexto, afinal, tão bom, ou tão mau, quanto o de J. W. Bush, o grande fundamentalista do Ocidente, quando iniciou a guerra do Iraque, invocando a existência de armas de destruição maciça - o que se verificou ser falso, mas nem por isso retraiu o ímpeto assassino do cow-boy.
Os EUA, tão prontos e enérgicos em defender o Kuwait quando ele foi invadido pelo Iraque em Agosto de 1990, assistiu na primeira fila à desenfreada invasão do Líbano por parte de Israel, do mesmo modo que não se perturbou quando este invadiu extensas zonas da Palestina - ou quando o Indonésia, em 1975, invadiu Timor-Leste, território então administrado por um país aliado na NATO.
É bem verdade que Israel dos ortodoxos e a América republicana têm muito em comum e ambos dependem um do outro.
Ambos seguem uma política externa isolacionista e de unilateralidade. Ambos desrespeitam o Direito Internacional. Ambos são agressivos e preferem resolver os conflitos pela força, sem diálogo. Ambos pretendem controlar zonas de influência, batendo nos mais fracos, sem contemplação pelas populações civis.
Israel, periodicamente, tem necessidade de mostrar os dentes, pôr as garras de fora, e desatar à paulada aos vizinhos. É uma necessidade e uma missão.
É uma necessidade de natureza económica, física e psicológica: testa novas armas, enquanto dá vazão às que vão ficando fora dos prazos de validade, e estimula as indústrias de guerra; desanca os vizinhos enquanto avisa "comigo ninguém se meta", quando são eles, os israelitas, os provocadores; vai tentando apagar alguns escândalos internos e tentando manter uma precária coesão interna num país que, embora não pareça, está bastante dividido entre fundamentalistas ortodoxos e os outros de maior abertura ideológica, religiosa e política; tenta justificar, sem sucesso, a partir de fantasmas, as bases da sua política externa, agressiva, expansionista e neocolonialista.
Por outro lado, é uma missão que os EUA lhe confiaram para poderem ter um testa de ferro na região, uma ponta de lança no controlo dos poços de petróleo. Isto a troco de armamento e de apoio político em algumas instâncias internacionais, embora desacreditadas. Apoio militar no terreno, isso não. Os EUA podem não ser muito inteligentes na forma como desenvolvem a sua política no exterior, mas são suficientemente espertos para não morderem a isca de enviar tropas de ajuda a Israel. A visita de Rice, secretária de estado dos EUA, durante o conflito, bem o provou - limitando-se a conselhos estratégicos; conselhos que, segundo parece, os israelitas não levaram muito a sério. Talvez um dia Israel se comporte para com os EUA como hoje o Irão e o Iraque que, noutros tempos, os americanos armaram até aos dentes para defenderem os interesses dos mesmos americanos na região. Vê-se o resultado; Israel poderá tornar-se, também, um adversário.
Há por detrás disto tudo dois grandes erros. Um, histórico, da comunidade internacional, ao reconhecer, em 1948, o Estado de Israel sem reconhecer em simultâneo o Estado Palestino. Estratégia? Bom, estamos a pagar agora o custo dessa estratégia. O outro erro consiste num complexo de culpa sem sentido quanto a um holocausto ocorrido há mais de meio século, e que vem servindo para tornar intocáveis e acima de qualquer crítica os actos dos Judeus, mesmo quando esses actos são outros tantos holocaustos, embora de outra forma, para outros povos.
O Hezbollah é incómodo para Israel. Mas o Hezbollah está na assembleia e no governo do Líbano, um Estado soberano.
Eu posso não gostar do partido em quem o meu vizinho vota. Mas isso não me dá o direito de, por isso, sovar os filhos do meu vizinho. Não é lícito, nem legítimo, nem legal, nem ético.
Por outro lado, não colhe dizer que o Hezbollah é um grupo terrorista, como Israel pretende. Já a União Europeia veio a terreiro dizer que não é, explicando porquê, e o todo poderoso Tio Sam não tugiu nem mugiu para rebater.
A Amnistia Internacional acusou Israel de crimes de guerra neste conflito com o Líbano. No entanto, Israel continua a não respeitar nada nem ninguém, desafiando o mundo, embora pelo mundo não seja visto com bons olhos.
Após o compromisso de cessar fogo, continuou a destruir e a matar no Líbano.
Onde está esse guardião dos Direitos Humanos que dá pelo nome de EUA?
Onde está uma tal ONU, e seu Conselho de Segurança?
Os EUA, como se sabe, sustentam a política externa agressiva de Israel.
A ONU, rota e desgraçada, desacreditada aos olhos de todos, encontra-se ao nível da Sociedade das Nações de antes da Segunda Guerra Mundial.
Será que o paiol do Médio Oriente vai explodir e dar origem a outro plano Marshall, mais uma vez para benefício dos EUA?
A Europa não está interessada em confusões - veja-se a lentidão com que a França arranja algum efectivo para enviar ao local como força de segurança, o silêncio da Alemanha, e o retraimento dos restantes países europeus. Mais ainda, entre árabes e Judeus, a Europa não aplaude Israel - e mal seria que o fizesse.
Para confusões, a Europa prefere delegar no amigo americano - Tio Bush - até que os americanos se cansem - e vão cansar-se, mal o petróleo comece a escassear. Mas até lá, estamos todos no mesmo barco, numa difícil viagem, sem que haja um comandante com autoridade para dizer aos Israelitas que já basta de fazer furos no casco.

1 Comments:

At quarta-feira, setembro 06, 2006 9:49:00 da tarde, Blogger bieiteiro said...

>George Galloway é um político británico expulso do Partido
>Laboral por criticar a invasão ao Iraque. Agora fala sobre o conflito do
>Líbano numa entrevista de tv em directo que não tem lixo.
>
>http://www.youtube.com/watch?v=P1-3kavJVmY

 

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