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APARAS DE ESCRITA: VERDADES E MENTIRAS DA ESTATÍSTICA

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sexta-feira, novembro 11, 2005

VERDADES E MENTIRAS DA ESTATÍSTICA

Em boa verdade, o título desta crónica deveria ser "Verdades e mentiras de quem usa a Estatística".
Esse conjunto de técnicas preciosas de recolha e tratamento de dados a que se chama Estatística é, em si mesmo, uma entidade neutra e objectiva. Quem o utiliza é que pode, por ignorância ou má-fé, torcer resultados e forçar interpretações, com vista a poder concluir aquilo que pretende apresentar como inquestionável, geralmente para suportar e defender ideias, opiniões, procedimentos e políticas.
Portanto, o cumprimento da função da Estatística dependerá das intenções do utilizador.
Em épocas de decisão pelo voto, as estatísticas são esgrimidas como arma fundamental pelas partes em confronto. E, usando os mesmos números, cada um dos contendores tem por objectivo sair do litígio conseguindo demonstrar que é melhor do que o outro.
Referendos, plebiscitos e campanhas estão cheios de exemplos de distorções.
Dois analistas da política, de simpatias partidárias contrárias, que não consigam manter-se imparciais e isentos têm tendência a manobrar os dados, de modo a apresentarem ao público versões contraditórias, diametralmente opostas da realidade. Com tal comportamento desdizem a sua missão esclarecedora.
Pelo contrário, instala-se a confusão se o público confrontar os resultados "científicos" dos dois "cientistas políticos", expressão, aliás, absurda que tomou conta de noticiários e reportagens. Parece que não há caixeiros políticos, engenheiros políticos, arrumadores políticos, médicos políticos, agricultores políticos, jornalistas políticos, operários políticos, professores políticos, pescadores políticos, estudantes políticos e assim por aí fora.
Não sabendo já em quem acreditar, e não dispondo de mais dados, os cidadãos acabam por desviar o seu foco de atenção, e desinteressar-se do processo que está a ser discutido.
Se isso é, ou parece ser, vantajoso para alguns, não o é, com toda a certeza, no que respeita à população no seu conjunto.
Para os não especialistas, a maioria, a dificuldade começa na linguagem usada.
Que significa a subida ou descida de meio ponto percentual? Que significa um desvio de 2,5? Que significa uma margem de erro de 2%? Nada, e ninguém está disposto a explicar. O discurso hermético como que atribui aos seus utilizadores uma aura de magia, tão útil para a manipulação das massas.
As fontes onde se recolhem os dados podem constituir outro motivo de desconfiança.
Não é indiferente pesquisar sobre consumo num bairro de classe média alta, ou num dormitório duma periferia degradada. Mas se a origem dos elementos trabalhados permanecer desconhecida, os resultados em nada contribuirão para o entendimento por parte dos destinatários.
Do mesmo modo, se o limitado conjunto de pessoas ou de factos que serve de base ao estudo não representar as características da totalidade do universo em que está inserido, as conclusões não terão qualquer credibilidade.
Os próprios instrumentos escolhidos para o tratamento dos dados são passíveis de lançar dúvidas sobre os resultados.
Por exemplo, a média aritmética, a média geométrica, a média combinada, a mediana e a moda não reflectem a mesma dimensão, mas, muitas vezes, são utilizadas como se tal fosse possível, indiscriminadamente, por ignorância ou má-fé, repito, com as correspondentes consequências negativas sobre a informação que se pretende transmitir como verdadeira.
Estes poucos exemplos sobre verdades e mentiras que a Estatística proporciona aos menos preparados, ou aos menos honestos, servem para que os incautos se defendam contra intenções de manipulação, questionando sempre os remates com que queiram convencê-los.
Principalmente em países e épocas onde a dissimulação constitui palavra de ordem no dia-a-dia, tal cautela é sobejamente justificada.
Será bom não esquecer nunca a velha história humorística da estatística do frango. Se você comeu dois frangos e eu nenhum, em média cada um de nós comeu um frango, o que traduz a mais perfeita justiça social, ainda que você esteja a morrer de indigestão, e eu esteja a morrer de fome.

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