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APARAS DE ESCRITA: agosto 2005

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terça-feira, agosto 30, 2005

AVES DE MAU AGOURO



Para responder a algumas afirmações, serve o conhecido adágio "os cães ladram e a caravana passa". Em contrapartida, o velho provérbio português "quem não se sente não é filho de boa gente" também se lhes pode aplicar. Tudo depende de quem fala e de quem ouve. Tudo depende das motivações percebidas no primeiro, e da personalidade e do estado de espírito do segundo.
Entre o desprezo absoluto e o litígio, há, porém, toda uma gama de reacções possíveis, nas quais cabe o comentário solto, en passant, como diriam os franceses, só para que se não pense que aquelas afirmações caíram em saco roto, e que quem as leu enfiou a carapuça. Enfim, um comentário para repor as coisas no seu devido lugar.
Na semana passada, Luís Inácio Lula da Silva, o presidente da República Federativa do Brasil, insinuou perante uma assembleia que o escutava que os jornalistas são aves de mau agouro.
Apesar de estrangeiro, não deixei de me sentir um tanto incomodado, uma vez que a infeliz comparação também me diz respeito, a mim, jornalista português a viver no Brasil por opção, com todas as autorizações legais, lado a lado no dia-a-dia com a mesma classe profissional, tentando contribuir dentro das minhas capacidades para a melhoria de qualidade de vida do povo brasileiro.
É verdade que, muitas vezes, eu gostaria mesmo de ser um passarinho, para poder testemunhar, sem ser enxotado, as tramóias que se armam enquanto o povo dorme, ou enquanto vê telenovelas e futebol, às custas do dinheiro dos seus impostos, a coberto dos votos que expressou em sede eleitoral própria. Mas não seria ave de mau agouro, por não ser essa nem a minha vocação, nem a minha vontade.
Se eu tivesse asas, escolheria levar e trazer boas novas, escritas por mãos generosas, atadas por ramos de oliveira. No entanto não sou ave nem oráculo. Sou homem e jornalista, consciente da minha missão de informar, analisar, interpretar, esclarecer e ajudar a formar opinião junto dos meus leitores, a razão de ser da minha actividade, por forma a que eles possam ser agentes de transformação do mundo, segundo aqueles valores humanistas que independem do tempo e do espaço. E dessa missão não abdico, procurando cumpri-la com dignidade, competência técnica, independência e isenção, sem mensalões nem mensalinhos - que me perdoem a referência.
Quando o presidente Lula sugere que os jornalistas são aves de mau agouro, eu entendo o desabafo de quem gostaria que cada notícia dada ao público fosse uma pincelada de ouro sobre um fundo verde, totalmente despoluído. Mas, infelizmente, essa não é a realidade que se pode transmitir neste momento acerca do país.
Quando o presidente Lula sugere que os jornalistas são aves de mau agouro, eu entendo o desespero de um homem que vê alastrar um lamaçal de imoralidade, criado pelo partido que ele próprio fundou.
Mas, quando o presidente Lula sugere que os jornalistas são aves de mau agouro, eu vejo também o homem que odeia e não respeita a comunicação social, porque não consegue controlá-la e, por isso mesmo, a teme.
Ele gostaria que a comunicação social o bajulasse e dele transmitisse apenas virtudes, mesmo as mais básicas que qualquer cidadão se obriga a cultivar. Ele gostaria que a comunicação social o engrandecesse e dele divulgasse só os feitos, mesmo os que não têm qualquer valor social para além da propaganda.
Afinal, foi isso que ele sempre procurou, quando ainda fingia ter um bom relacionamento com a comunicação social.
Ele gostaria, e muito, da comunicação social, se pudesse trazê-la no bolso para sacar dela quando lhe aprouvesse e, como num teatro de fantoches, através dela mostrar como é despojadamente preocupado com o bem-estar social, que antes dele nada foi bom e que depois dele será o dilúvio. Mostrar, afinal, como ama o povo, como é um pai do povo com coração de mãe.Bem o tentou, há meses, quando quis fazer aprovar a criação da Comissão Nacional de Jornalismo, uma censura, encapotada sim, mas nem por isso com menos algemas, vendas, tampões e mordaças, tudo armado à sombra de uma suposta legalidade. Frustrado o projecto, o presidente destila veneno sempre que a comunicação social resiste aos seus apelos sedutores para calar a verdade, ou para distorcer a verdade.
É precisamente porque não consegue controlá-la, e porque a teme, que se tem recusado, sistematicamente, a dar uma entrevista colectiva que esclareça em definitivo o país, um país que sofre de angustiadas dúvidas e dolorosas decepções. Entende-se por que não quer expor-se a perguntas incómodas dos jornalistas. Entende-se que mande para a frente de batalha alguns dos seus oficiais que depois elogia, embora eles também nada esclareçam de essencial.
Neste momento e neste contexto, a comunicação social não só não lhe serve, como contraria os seus desígnios. Por isso chama aos jornalistas aves de mau agouro.
O agouro, bom ou mau, faz-se a partir da realidade quotidiana, e essa realidade é descrita pelos jornalistas, não é por eles construída. Os profissionais da informação limitam-se a mostrar, não sem dificuldades, é certo, pois muitos são os obstáculos criados por aqueles que pretendem desviar as atenções da nudez do rei, pelo preço da satisfação de interesses meramente pessoais, muitas vezes inconfessáveis.
Os destinos do povo devem estar nas mãos do povo, ainda que por delegação nos líderes que livremente escolheu. Mas para optar, para decidir, para impor o rumo pelo voto, o povo precisa de ser informado com clareza, rigor e objectividade. Essa é a missão do jornalista. Poderá não funcionar desta maneira nas ditaduras, vermelhas ou brancas, mas sempre foi assim em democracia. E o Brasil é uma democracia reconhecida internacionalmente, mesmo pelas ditaduras.

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sábado, agosto 27, 2005

ADEUS, MIGUEL (CADERNO DE VIAGENS)


Mesmo quando parece que já se disse tudo, nunca se diz tudo de um homem, principalmente quando esse homem foi grande por ter engrandecido a sua pátria.
Pode aplicar-se esta ideia a Manuel Arraes de Alencar, um dos últimos líderes, senão o último da sua geração, da esquerda histórica brasileira.
Não o conheci pessoalmente. O que dele sei, devo a leituras, principalmente da História do Brasil, a que ele por direito próprio estará para sempre ligado, e a testemunhos de correligionários, de adversários políticos, e do povo anónimo a quem dedicou a sua vida, e que não se esqueceu do preito de gratidão.
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sexta-feira, agosto 26, 2005

A BRECHA NO PILAR PODE TORNAR-SE MAIOR (ESPECIAL BRASIL)


Rogério Buratti, o advogado recentemente ouvido pela polícia civil e pelo Ministério Público acerca de mais um episódio de corrupção na política brasileira, (ver crónica Uma brecha no pilar), prestou depoimento ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.
Esta comissão, criada recentemente, apareceu na sequência de um caso que estava congelado, mas que os recentes escândalos financeiros envolvendo políticos e partidos fizeram reanimar. (...) a sessão de ontem, aberta à comunicação social, criou bastantes expectativas.
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quarta-feira, agosto 24, 2005

UMA NOVA PERSONAGEM, MAIS LENHA NA FOGUEIRA (ESPECIAL BRASIL)


Chama-se António Oliveira Claramunt, mas é conhecido no Brasil inteiro por Toninho da Barcelona.
Originário da vila Barcelona, conjunto habitacional situado numa pequena cidade a poucos quilómetros de São Paulo, desde muito novo conviveu com o mundo do contrabando de divisas, em particular de dólares americanos.
Também cedo se iniciou na actividade, e aprendeu depressa. Quando o pai adoeceu gravemente, tomou conta do negócio e num instante se tornou no maior doleiro do país.
Doleiro, como é fácil de entender, designa de forma suave, tão à moda brasileira, o traficante de moeda.
A empresa de que é sócio proprietário, a Barcelona Tour Viagens e Turismo Lda, autorizada a funcionar como agência de turismo e a operar como casa de câmbios no mercado de taxas flutuantes, movimentou, entre 1996 e 2002, 500 milhões de dólares. (...)
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domingo, agosto 21, 2005

UMA BRECHA NO PILAR (ESPECIAL BRASIL)


Foi preso na passada quarta-feira o advogado brasileiro Rogério Tadeu Buratti, em São Paulo, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e destruição de provas.
Buratti foi assessor parlamentar do ex-ministro José Dirceu, envolvido nos escândalos político-financeiros que desabaram sobre o país, e desempenhou funções de secretário municipal na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, no tempo em que o actual ministro da Fazenda do Brasil, António Palocci, membro do Partido dos Trabalhadores (PT), no poder, ocupava a presidência do município.(...)
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sexta-feira, agosto 19, 2005

IMPUGNAÇÃO DE MANDATO (ESPECIAL BRASIL)


O termo inglês impeachment, no seu significado de impugnação de mandato, começou a ser utilizado sem reservas no discurso político do Brasil, em relação ao presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva.
Para que tenha expressão prática, o impeachment deverá obedecer a três condições em simultâneo.
Primeiro, é necessário que haja um facto, ou factos que, comprovadamente, constituam, da parte do presidente, delitos, sejam eles de responsabilidade, sejam de ordem cível, sejam, ainda, do foro criminal. Depois, o pedido de impugnação terá de ser aceite por dois terços, pelo menos, dos parlamentares da Câmara dos Deputados. Finalmente, a impugnação deverá ter o apoio directo da população, demonstrado, por exemplo, em manifestações de rua. (...)
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quarta-feira, agosto 17, 2005

MAR DE LAMA AGITADO (ESPECIAL BRASIL)


Mar de lama é a imagem que alguma comunicação social, em particular a menos comprometida com o sistema, insiste em utilizar para se referir ao rol de escândalos políticos que continua a desdobrar-se perante os olhos do cidadão brasileiro.
Na sequência da descoberta de um esquema de suborno na empresa estatal Correios e Telégrafos do Brasil, onde um funcionário responsável pelo sector de compras e licitações foi filmado por câmara escondida a receber dinheiro de empresários para atribuição de benefícios (ver Especial Brasil), está a chegar-se à desmontagem de um esquema de associação criminosa de nível nacional.
O assalto aos cofres públicos e privados realizado por uma quadrilha de políticos, em particular do partido do governo (Partido dos Trabalhadores ? PT) e do aparelho do Estado visava, com apoio de empresários corruptos, assegurar por vários expedientes, um deles o suborno, a captura do próprio Estado para uma perpetuação no poder. Um processo que foi apelidado de ditadura branca. (...)
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sábado, agosto 13, 2005

MAIS DENÚNCIAS SEGUIDAS DE REPÚDIO E... CONFIRMAÇÃO (CADERNO DE VIAGENS)


A furiosa corrupção política que vem sendo desmontada desde Maio passado (v. Especial Brasil) na sociedade brasileira tem arrastado consigo segmentos do mundo empresarial público e privado, e ganhou contornos internacionais.Apesar das sucessivas "operações abafa" que continuam a ser ensaiadas, o homem da rua não está disposto a deixar-se enganar, e os parlamentares da comissão a quem foi entregue o caso há cerca de três meses, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, pretendem investigar tudo até às últimas consequências.
(...)
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segunda-feira, agosto 08, 2005

PERDER DINHEIRO E VIDAS POR DESLEIXO (CADERNO DE VIAGENS)


(...)
Assim como eu e outros cidadãos sabemos que remédios se guardam em nossas casas, também o governo deve saber o que tem na sua, que é o país. O que tem e o que não tem, aquilo com que pode contar e o que precisa adquirir ou trocar. A isto se chama gerir stocks, actividade fundamental de uma administração eficaz no campo da saúde, para fazer face a eventuais calamidades inesperadas e a epidemias.
No entanto, se há gente prevenida e outra desleixada, o mesmo se passa com os governos: uns zelam, outros, quando acordam, encontram-se perante actos consumados e irreversíveis.
(...)
O Brasil acaba de deitar fora 16 milhões de reais (cerca de 6,7 milhões de dólares, ou 5,6 milhões de euros). O Ministério da Saúde descobriu que nos seus depósitos em Brasília havia precisamente (...)
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